Hoje é um dia
muito especial pra mim, tô completo um ano de namoro com o Caíque, dá pra
acreditar? Poxa, em um ano se vive muita coisa; coisas ruins, melancólicas,
boas e extraordinárias. Eu adoro namorar, gosto de me prender à alguém, me
sentir dependente do amor recíproco que o tal alguém transmite. Eu gosto de
sofrer por amor após uma briga. Gosto de chorar horrores durante a noite e ir no
outro dia de manhã para o trabalho com uma cara péssima, adoro quando percebem
que eu chorei antes de dormir e que acordei com uma enxaqueca infernal. Mas eu
adoro mais ainda o que acontece depois das brigas, sentar e conversar sobre os
problemas da relação me deixa um pouco tensa, admito, mas eu adoro isso, adoro,
adoro, adoro! Sabe por quê? Porque depois disso vem os beijos, os abraços, os
perdões. Depois de toda a agonia surge as provas mais bobas e simples de amor.
E disso todo mundo que tem um coração sabe que gosta e o quanto gosta.
Hoje é dia
6 de Junho, já se passou dois meses após a confusão que inventaram e que quase
acabou com a minha vida amorosa com o Caíque. Hoje eu sei quem inventou o tal
boato de que eu havia traído ele, e agora (só agora) eu sei que devo tomar mais
cuidado com as minhas amizades do trabalho, principalmente com as que querem
roubar o meu cargo de editora da redação da revista em que trabalho.
Eu e o
Caíque vamos viajar nesse final de semana, passaremos três dias em Fortaleza.
Eu nunca havia ido para o nordeste, essa tem que ser (e vai ser) uma viagem
especial. Super especial!
–Mooona,
cheguei! – Berrou o Marcello enquanto entrava em casa.
–Oi, vem
aqui no meu quarto.
–E aí,
quais são os planos?
–Três dias
em Fortaleza, embarco hoje de madrugada e só volto no domingo à noite.
–Hm, se
divirta bem muito, tire muitas fotos, compre vários biquínis baphônicos, traga presentes pra mim
(óbvio!) e use preservativo em todas as hipóteses!
–Okay, mamãe!
Eu já entendi tudinho. – O Marcello sempre se preocupou muito comigo, desde o
colegial, sempre foi assim. Ele usa esse discurso sempre que viajo, não importa
se vou acompanhada ou não.
–O que foi?
Tô falando sério, criatura loira! Se acontece algo com você eu tenho um treco,
minha filha. Você quer que eu tenha um teco? Porque eu não quero que eu tenha
um treco! – Ele falou isso tão rápido que eu mal entendi, apenas caí na
gargalhada.
–Anda, me
ajuda a fazer as malas.
Nós dois
preenchemos uma mala grande com roupas, sapatos, acessórios, biquínis e lingeries. Em uma
outra bem menor colocamos os cosméticos para cabelo (não basta ter o melhor
amigo gay do mundo, tem que ter o melhor-amigo-gay-cabeleireiro de todos!), e
outros para o rosto e corpo, além das maquiagens, claro.
Eu iria
levar uma bolsa bem grande comigo durante o voo, então tratei logo de prepará-la
também. Coloquei alguns remédios para enjoou e dores no corpo, um livro do
Nicholas Sparks – esse cara tem os melhores romances de todos, inacreditável –,
carregador e capinha com bateria extra para o iPhone, alguns chocolates, um
óculos de sol e um de grau, um caderno de anotações, minha Canon, fones de
ouvido e a maquiagem que eu uso no dia-a-dia (pó compacto, bb cream, rímel,
blush, delineador e um batom coral).
Já era sete
da noite quando o Caíque me ligou perguntando se já podia passar aqui em casa
para me pegar. O combinado era eu levar as minhas coisas para o apartamento
dele já que ele mora um pouco mais perto do aeroporto do que eu. Depois de
deixar minhas coisas lá, ele me levaria para jantar no Spoleto (p.s: meu
restaurante preferido) no shopping, assistiríamos um filme no cinema e voltaríamos
para a casa dele. Nosso voo estava previsto para às duas horas da manhã, nós
dois gostamos de viajar durante a madrugada para poder aproveitar melhor o dia
em nosso devido destino de chegada.
Seguimos
com o planejado. Antes de sair de casa me despedi do Marcello com um forte abraço e um beijo no rosto. As horas pareciam não passar nunca, aquilo com certeza era
culpa da minha ansiedade, só podia ser! Caíque ria da minha cara por causa disso,
para ele, me ver envolvida naquela equação sentimental de euforia - paciência +
nervosismo = ansiedade era motivo de risos, diversão na certa. Confesso que
aquilo me irritava um pouco, mas eu amo tanto o modo como ele sorri enquanto
mexe no topete lançando um olhar sedutor num tom de provocação que a raiva
passa num piscar de olhos e quando me dou conta, estou rindo de mim mesma junto
com ele.
–Pronta pra
voltar lá pra casa? Temos só mais algumas horinhas antes do embarque. – Disse
ele, me puxando pela cintura para que eu me aproximasse mais.
–Pronta! –
Exclamei sorrindo enquanto colocava minhas mãos em sua nuca, acariciando seu
cabelo. Caíque é dez centímetros mais alto que eu, isso me obriga a ficar
de ponta de pé para beijá-lo, mas isso nunca foi problema pra nenhum de nós.
Nos
beijamos no meio do corredor do shopping que já estava quase vazio devido ao
horário. Caíque olhava fixamente em meus olhos e eu nos dele. Meus dedos, que
ainda estavam acariciando seus cabelos, escorregaram delicadamente para a sua
nuca, passando minhas unhas compridas e pintadas de vermelho-vinho por todo o
percurso, causando-lhe leves arrepios. Ele ainda me segurava pela cintura,
pressionando meu corpo contra o dele de uma forma carinhosa. Lancei um olhar
que só ele sabe ler, que significa uma espécie de “Eu te amo, agora me beija
logo!”, nessa hora ele me respondeu com um sorrisinho e mordeu meu lábio inferior, e então
nos beijamos. Caíque sempre soube beijar muito bem, sempre teve uma pegada excelente
e sempre conseguia me deixar com vontade de beijá-lo mais e mais. Adoro beijos demorados,
mas isso não foi o bastante para combater a minha sede de viagem.
–Vamos? –
Perguntei, me afastando um pouco.
–Vamos, mas
nada de chegar em casa e ir responder e-mail! – Caíque odiava quando eu
respondia e-mails da revista em plena sexta à noite, quando eu deveria estar me
divertindo.
–Ok, eu
prometo que não olho nenhum!
–Claro que
promete, até porque você vai estar ocupada demais assistindo Supernatural
comigo.
Sorri para ele e balancei a cabeça positivamente, confirmando o que acabastes de dizer e então fomos em direção ao estacionamento.
Bom, o resto eu te conto quando voltar de viagem... Ainda não sei quais surpresas me esperam em Fortaleza. Agora me dá licença que eu preciso ligar pro Marcello para lembra-lo de dar comida para a Valentina, senão quando eu voltar não vou ter mais uma gata viva em casa!
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Crônicas da Mona
Di, eu amo seus textos ! Morro de vergonha de sair do anonimo pq agt ja estudou juntas no cnsc e nao nos davamos muito bem ...ai fico com vergonha ,mas eu amo tudo no seu blog, parabens garota! eu adoro os textos da mona, nao pare nunca de escrever eles por favoooor
ResponderExcluirPoxa, sério? Muito obrigada!! Mas não vejo problema algum em você vim falar comigo... Beijooo!
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