07/12/2012

Cecília e a síndrome de forelsket


Do dinamarquês: sensação de euforia quando se está prestes a se apaixonar. É isso que forelsket significa. É mais uma dessas palavras estrangeiras usadas para expressarmos sentimentos que não podem ser compreendidos em qualquer verbo que há em nosso vocabulário. Que não podem ser sentidos em qualquer frase. Que não podem ser escritos em qualquer tentativa de rascunho de poema.

Forelsket, é uma palavra pela qual Cecília veio buscando há muito tempo. Há tempo suficiente para que ela passasse por esse sufoco. Como qualquer outra menina no auge de seus dezesseis anos, Cecília já sofreu demais com essa síndrome que até então, nem ela sabia que tinha. Nessa idade é comum que tenhamos os primeiros "chiliques" ao pisarmos na sala de aula do novo colégio e sentirmos aquela lagarta que providenciará as borboletas do estômago ao vermos O cara.

Cecília, tadinha, mal sabe ela do que a espera. Essa sensação tão boa que todos nós passamos e que de uma maneira (sem muito sentido) nos assusta fazendo com que parecemos uns bobos, é tão forte e tão calorosa que às vezes a gente pensa que já passou da hora de se beliscar e acordar do sonho dos deuses. 

Ah, esse sonho... e que confuso sonho! Nos engana, nos ilude, nos apaixona, nos faz de trouxa, e nos dá a nossa recompensa depois de batalharmos por todas as lágrimas derramadas pelo caminho. Caminho longo esse que  eu, você e a Cecília percorrerá, mas vejamos bem: cada um com seu tempo e com sua colheita de recompensas. 

Sentir forelsket é transformador. É a menina nova do programa de intercâmbio da escola dos sentimentos, que ao pisar na sala de aula, já arrancou suspiros, é experimentar o sorvete de morango pela primeira vez, é julgar o livro pela capa, é se sentir livre mas preso à uma única razão - uma pela qual tenha nome e sobrenome. É apreciar o som de uma música e soltar um sorriso involuntário, é ouvir o "bip" de uma mensagem nova e abri-la de olhos fechados mas com o coração na mão, pronto pra te entregar, para que você tome conta dele e me aconchegue em alguma brecha na sua vida. 

Forelsket, são dez milhões de estalinhos num coração sossegado.

3 comentários:

  1. Eita q muita gente vai se identificar com essa sindrome. Omg agr tenho duas D: kkkkkkkk lindo

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  2. Guria, que texto mais lindo! Você escreve muito bem! Essa síndrome todo mundo passa milhares de vezes pela vida não é mesmo, você retratou tão bem esses estalinhos, estomago enrolando, vista ficando turva hauauauha adorei!
    beijinhos,
    Vivi
    http://maniadeguria.com.br

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