15/07/2013

Entre Autores: Para uma menina de 15 anos

Happy party
Um dia desses, me perguntaram qual conselho eu poderia dar a uma menina que ia completar 15 anos. Imediatamente, eu fiz uma viagem no tempo e tentei descobrir o que eu gostaria de ter escutado quando tinha essa idade. E então eu cheguei a uma conclusão: Nada. Eu não gostaria de ter ouvido nada.
Às vésperas dos meus 15 anos, eu só queria aproveitar a vida. E eu acho que fiz isso bem. Lembro que, naquela época, uma amiga me disse que abriria mão de ter 14 e 16 anos se ela pudesse ter 15 por três anos seguidos. Quando perguntei o motivo disso, ela explicou que aos 15 você tem o melhor dos dois mundos. Você tem o direito de ser criança e adulta. Pode brincar, mas também namorar. Você sabe conversar sobre assuntos sérios, mas ninguém liga se vez ou outra você fizer uma criancice.
Eu ainda não tinha completado essa idade, mas depois da minha festa de 15 anos, percebi que ela estava certa, pois minha vida realmente mudou. Por alguma lei invisível, meus pais passaram a confiar mais em mim, como se eu tivesse me tornado responsável da noite para o dia, como se dali em diante eu já tivesse condição de responder pelas minhas ações. Os professores também passaram a me tratar de forma diferente. Se eu tirava uma nota baixa, não era mais com a minha família que eles iam reclamar, agora eu era a dona do meu boletim e a mais interessada se ia passar de ano ou não. Até o meu corpo passou a me entender melhor, de uma hora pra outra meu cabelo ficou mais domado, eu cresci, emagreci… Acho que na verdade, tudo isso não passou de um reflexo do meu próprio comportamento. Eu é que provavelmente fiquei mais disciplinada e isso fez com que meus pais, professores e corpo reagissem. Mas o melhor era que se um dia eu acordasse com vontade de ver um desenho animado, com preguiça de estudar ou com o cabelo arrepiado, ninguém implicava muito. Viam isso como “crise da idade”. Porque com 15 anos você tem direito de ter crise. Afinal, todo mundo sabe que você está aprendendo, não é obrigada a saber tudo.
Aos 15 anos, você se apaixona e se desilude em um piscar de olhos. Nada é definitivo. Você pode (e deve) testar várias vezes. Pode mudar de ideia e começar tudo de novo e então mudar novamente… Não é preciso ter certeza de nada. Todo mundo é bonito (e se não é, dá um jeito de ficar). A vida é leve.
E é por isso que quando eu estava prestes a completar 15 anos, eu pensava que tinha o mundo aos meus pés. Eu achava que não importava errar ou acertar, pois teria muito tempo para mudar de direção. Eu sabia que a sorte estava ao meu favor.
E agora, olhando de longe, fico surpresa ao constatar que eu estava certa…
Portanto, para aquela menina (e para todas que estão pra fazer 15 anos), eu só tenho a dizer que aproveite cada minuto, pois você só vai ter essa idade uma vez na vida! Você está vivendo uma época única, então não gaste energia com bobagens, passa muito depressa. Trace seus sonhos com cuidado e corra em direção a eles. É você que irá definir onde estará em alguns anos.
Espero que, daqui a um tempo, quando alguém perguntar que conselhos você daria para uma garota de 15 anos, você possa dizer apenas isso: Seja feliz! Assim como eu fui… e assim como eu sei que você pode (e vai) ser.
Sobre o autor: Paula Pimenta nasceu em Belo Horizonte - MG. Desde criança apresentou aptidão para a escrita e por esse motivo prestou vestibular para Jornalismo, embora tenha transferido para publicidade, curso no qual se formou na PUC Minas. Paula é compositora além de escritora e autora de grandes sucessos juvenis como "Fazendo meu filme" e "Minha vida fora de série", ela soma um total de dez livros já publicados. 

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