Ela e o voluntário

Ela amou, sofreu e chorou. Tentou não acreditar no presente, mas o passado lhe fez lembrar seus atos. Por um momento pensou que a escuridão do seu quarto nunca fosse embora, que as lágrimas de seus olhos nunca fossem parar de cair. Ela viu a esperança indo embora aos poucos, de acordo com os ponteiros do relógio. Então abriu sua caixinha de sentimentos para quem quisesse tentar entende-los. Um alguém quis ser o voluntário, como sempre tem sido desde o primeiro dia em que Ela confiou e contou um de seus dramas. Ele ouviu sua história, sentiu sua tristeza, aconselhou as suas decisões e deu coragem para ela seguir em frente. O voluntário lhe contou todas as suas vontades e valores. Ela sorriu, entendeu e se identificou. Mesmo com toda a insegurança e o medo de dar tudo errado novamente, ela arriscou. Usou um pouco da coragem que ele havia lhe dado. Ela se sentiu feliz, de um jeito que não se sentia há um certo tempo. 

Aos poucos Ela vai se entregando, deixando tudo acontecer naturalmente, dando tempo ao tempo. A vida é muito generosa com Ela.... Enquanto achavas que tinha perdido algo que nunca mais iria encontrar parecido, a vida lhe mostra que não é bem assim que banda toca, que algo bom - talvez até melhor - ainda possa acontecer. Sabe, algumas pessoas não tem essa sorte toda que Ela tem, e isso a faz se sentir um pouco especial. 

A escuridão de seu quarto já foi embora, deixou que ficasse sozinha, assim como a sua ex-dor.