É com tamanha revolta e insônia que escrevo esta bela carta
para vocês.
Sou uma mulher de carne, osso, peito pequeno, cabeça dura e coração
mole. Amo o sexo feminino tanto quanto odeio-o. Em um mês somos capazes de
atingir os mais variados humores, chorar horrores e ouvir os piores rumores que
há sobre o sexo oposto, ou seja: vocês. E isto é algo que nenhum homem é capaz
de conseguir em trinta e um dias. Aposto! Nós somos muitas, e todas compostas
por uma dessas três maldições: a mulher ciumenta, a mulher ou a mulher
confiante. Acredito numa teoria, que, segundo eu (ft. muitos outros), as
mulheres são a oitava maravilha do mundo. Também arrisco em concordar que as
mesmas possam vir a ser comparadas ao que chamamos de “inferno”. Afinal, não é
qualquer um que encara uma tpm (daquelas!) com um humor regular quando se tem a
personificação do diabo em forma de mulher. Mas o bom da tpm é que, depois
dela, vem o apetite sexual, a carência, a fofura, a saudade – mesmo se você estiver
ao nosso lado 24h por dia, de segunda a domingo.
Para começar, mulher ciumenta é pior que o capeta. Digo isso
porque levanto a bandeirinha desse time.
Que se duvidar, é capaz das participantes sentirem ciúmes uma das
outras. E por ai vai. A ciumenta cisma com Fulana de Tal, e aí, meu amigo... já
era! Não importa o que você faça. Não interessa se vocês dois são apenas bons
(...) amigos. Não estamos nem aí pro teu passado junto com a Fulana, pra nós,
pouco importa se vocês ficaram ou namoraram por um dia ou um mês, ou talvez, um
ano. O que nos irrita é o teu presente. No WhatsApp. Com ela! Tenho que admitir
que acho bonitinho quem mantém contato após um término; admiro essa gente que
mostra que ali ainda há respeito e amizade, mesmo quando não se há mais um amor
mútuo. As ciumentas-não-loucas, como eu, não se importam com a tua lista de
amigas no celular e nem medem palavras nas tuas conversas. Nós não ligamos pra
nada disso. Pode cumprimentar com beijinhos e abraços a Ciclana, sei que ela te
conhece a mais tempo que eu, e sei que você gosta da amizade dela. Para falar a
verdade, eu também gosto da Ciclana. E da Beltrana também! Mas nunca fui com a
cara da Fulana...
As ciumentas-não-loucas são do tipo que não gastam tempo e
vingança em vão. A gente sabe muito bem quem é que tá fazendo o papel de cínica
AND coitadinha nesse seriado. E aí, meu bem, não tem tiro, nem porrada e muito
menos bomba, como diz a Valesca. E sim, muita palavra jogada nessa linda carinha
de pau! Na lata, sem volta.
Já a Mulher Confiante não se importa com as tuas amigas e,
incrivelmente, nem com as vadias que te rondam. Ela sabe que se você está com ela,
é porque você a ama. Ela sabe que é ela quem você leva para os jantares em
família, e não uma outra. Sabe que é ela que você convida para ver o jogo com
os amigos, e não uma outra. Ela confia em você e te dá total liberdade de cair
fora quando quiser, porque ela sabe que todo mundo nessa vida é substituível, e
é claro que com você não poderia ser diferente, afinal, você é só um homem. Mesmo
que seja um homem rico, ou bonito, ou bem humorado Ou os três. No final das contas, você é
só mais um pênis com sentimentos em meio tantos outros pênis. Bizarro? Concordo! Resumindo: ela sabe viver feliz sem você, mas prefere compartilhar a
vida junto à ti. Te valorizando e esperando ser valorizada, porquê caso não
seja, será ela quem cairá fora.
Agora, a Mulher... Sem adjetivo para acompanhar o sujeito simples
da oração, nem complemento nominal. Só mulher. Esse é o tipo mais comum, e ao
mesmo tempo, o mais raro. Ela cresceu num mundo machista, rodeada de meninos babacas
e de amigos leais, mas que pra ela, eram apenas amigos e nada mais. Com o
passar dos anos, e com a vinda da menarca, a vida muda. Mas pra ela as pessoas
ainda são as mesmas, embora ela não seja. Uns vem, uns vão e então, você chega.
Ela fica eufórica a cada manhã quando vê o visor do celular piscar um “bom dia,
baby”. E logo em seguida sente uma paz interior inexplicável – se estivesse
excitada, poderia até dizer que acabara de ter um orgasmo. Mas não, é só amor carregado
de reciprocidade. Você a faz bem e se assegura de que ela está segura todos os
dias. Faz ela rir até quando a piada é totalmente sem graça. E enquanto lá fora
o dia chora, na cozinha você prepara o melhor brigadeiro do mundo, só porque
tua mulher gosta. E sim, ela se faz tua e assume isso pra qualquer um. Ela
refresca os problemas nas nuvens mesmo quando você a mantem com os pés no chão.
Como se ela fosse uma gigante, mesmo sendo pequena quando vocês se abraçam e se
beijam. Simplificando: você é um sonho clichê de toda mulher, e por ser assim,
acaba se tornando raro no meio de tantos outros “comuns”, levando em
consideração os dias de hoje. Ela te admira e no meio da multidão, só consegue enxergar
você.
Quer dizer, você e as Antoninas que te comem pelos olhos. Ela não sente ciúmes
de qualquer uma. Não se incomoda que olhem para você. Mas ela perde a
paciência com aquelas que ousam querer ser mais do que podem na tua roda
social. A tua mulher, meu caro, lê o que enxerga, e não o que vê. Enquanto você lê um ingênuo “estou com saudades de como era antes e às vezes acho que você
não quer dizer também” vindo de uma Antonina X, ela já captou uma mensagem
subliminar, nas entre linhas mesmo. Algo do tipo: “estou com saudade de falar
com você como quando tínhamos aquele ‘caso’ e às vezes acho que você não quer
dizer que sente o mesmo por puro medo do que a sua namorada possa pensar”. Ela,
por sua vez, manda a conversa para as amigas que mais entendem de relacionamentos,
e também para as mais baladeiras que pregam a lei do desapego, só para se
certificar de que ela não está ficando louca em nenhum sentido e que as amigas pensam o mesmo.
Dito e feito. E quando as amigas de infância concordam, meu caro, se prepare...
Ela fica com medo de tomar alguma decisão precipitada, que
te magoe. Afinal, ela confia em você e te ama mais que tudo nesse mundo. Consequentemente,
morre de medo de te perder. E ela sabe que é melhor que essazinha aí; e em todos os quesitos! Mas, ao mesmo tempo, ela tem
medo que o monstro-do-ciúmes que a habita te irrite e maltrate. E então, ela passa
a ser revolver e escudo. Atira no alvo, mas se joga na frente dele pra que
ninguém – e quando digo ninguém, quero dizer você – se fira. Ela pira tentando
manter a sanidade, e isso faz você achar que ela é a mulher mais fofa do mundo.
Você braça ela forte, dá beijo na testa, jura de dedinho (porque sabe que em
meio tanta maturidade, pra ela, jurar de dedinho é algo sério e sem volta) que
a ama e que nenhuma outra importa. Você a ama mais que tudo e todo dia demostra
isso. Faz dela a mulher mais amada do mundo e ela procura fazer o mesmo por
você. Mas assim como o ciúmes vai, o ciúmes vem. E então ela toma uma decisão.
Bloqueia a tal Antonina das mensagens subliminares no teu WhatsApp; depois, exclui
a cínica no teu facebook e no snapchat também; por fim, deleta o contato dela no seu
celular. Tudo isso em 15 segundos. Mas depois disso tudo você grita que ela tá
louca e fala com uma expressão bem séria que a ama, e para completar, insinua
que ela não confia em você. E isso a desespera porque no fundo e no raso, é você o porto seguro dessa mulher. Ela te pede desculpas de todas
as formas possíveis até se convencer de que você a desculpou. E, magicamente, o
tal ciúmes some.
“Mulher” é o pior e melhor dos três tipos. Ela sabe que é
capaz de marcar tua vida de uma maneira boa, é confiante. Mas mesmo assim
alimenta a ciumenta que há dentro dela com: curiosidade, insegurança e mimimi. O conjunto denominado mulher se
equilibra no centro de uma gangorra, de um lado A Poderosa e do outro A
Medrosa. Mas no final da discussão, ela para de choramingar e te beija. E num
abraço confortável, te pede pra nunca largá-la por uma outra dessas mulheres, sejam elas mais ciumentas ou mais confiantes que a tua, e exclusiva, mulher.
Por isso, meu amigo, aguenta. Como já dizia Raimundos: quem mandou você gostar dessa mulher de fases?
Com amor e sinceros ciúmes,
todas as mulheres do mundo.
Oi lindona que saudades de você! Também ando sumida por causa da correria, mas nunca esqueço de você! Sobre o post adorei... Eu sempre fui muito ciumenta mas conforme o tempo foi passando e eu ficando mais velha aprendi a dosar bem este sentimento e hoje posso falar que não sofro mais por isso rsrsr. Sempre digo que o tempo é o Senhor de tudo! Super beijos
ResponderExcluirwww.garotanotamaxima.com
Mulher é mesmo um bixo difícil hein? Eu que o diga! Eu próprio não me suportaria! Adorei o texto, incrível, de verdade.
ResponderExcluirAchei engraçado quando entrei aqui no blog - e me apaixonei, li sua descrição e vi que você pretende cursar jornalismo e escrever alguns livros, essas informações estão na minha descrição também hahahah Ok, tu não tem nada a ver com isso, porém achei engraçado, então.. hahaha Enfim, beijinhos
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