16/02/2014

Discrepância


Decidi voltar a escrever aqui, depois de sei lá quanto tempo, por motivos de que nada anda como eu espero e a unica coisa que eu consigo controlar são meus textos. Apesar de todos falarem sobre uma vida medíocre, de um cara patético com amores incríveis, eu consigo sempre o levar para que no final as coisas não pareçam tão ruins quanto realmente são.

A vida parece um teste pra cardíaco e na maioria dos momentos eu não sei lidar com os resultados. Queria eu poder ser um escritor diferente, que conseguisse escrever coisas lindas e sobre sensações felizes, infelizmente, eu não sou nenhum pouco assim. Sinto receio de mostrar tudo que escrevo por alguém, por motivos de tudo ser muito triste e cheio de arrependimento. Eu tenho arrependimentos sobre tudo, até sobre a roupa que usei no casamento de meu Tio. E meus arrependimentos não passam de falhas inegáveis, falhas que me acompanham e que como não consigo me perdoar por as ter cometido, acabado cometendo de novo e de novo.

A lei da vida comigo é algo simples, acontece quase sempre da mesma forma e a paranoia surge no mesmo momento. Se eu queria que fosse assim? Claro que não. Amaria ter uma vida cheia de surpresas ou algo que eu pudesse alterar. Eu sei que posso alterar isso, de agora, mas a questão é que ninguém nunca me explicou como se altera os desencantos e choros dos anos.

Eu tenho pessoas incríveis ao meu lado. Meus amigos imaginários e Belfot. Mulheres lindas, que me inspiram a escrever e a beijar, apesar de nenhuma chegar aos pés de Maria. Eu tenho tudo pra ser o ápice da vida. Um bom emprego. Um bom salário. Uma casa arrumada. Uma família não tão estranha. Minha sala, da faculdade, é composta por um grupo tão variado que as vezes penso que somos a nova temporada de Vila Sesamo, mas isso me mostra que é necessário e se todos fossemos iguais, seriamos também muito distantes.

Eu sou novo naquele grupo, grato por terem me arrumado um espaço na ultima fileira, mas mesmo assim tento entender a vida de cada um, e só me surpreendo cada vez mais. Talvez essa tenha sido a surpresa do ano, e provavelmente não ocorrerá outra até 2015.

O que eu queria mesmo era dedicar um livro sobre a raiva do mundo.

Eu não sei onde ela começou ou o porquê. Já me falaram que foi por conta alguma ignorância, já outros deixaram claro que foi amor não correspondido. Eu não sei o real motivo e por mim batalharia pra saber, só que nesse momento, nessa exata hora, eu me sinto extremamente cansado. Do quê? Acredita, de tanta coisa que não iria valer apena escrever.

Já pensei em parar de escrever uma, duas, e contando com hoje três vezes. Algo me diz que todos os textos são lindos e repletos de finais felizes, e os meus são tão cheios de tristeza que deveriam ser escondidos no fundo de uma gaveta mas eu continuo porque peguei afeição por cada um.

Algumas pessoas devem conseguir se identificar com o que eu tô sentindo, outras acham absurdo e uma parte loucura. Tudo bem. A questão, é que ninguém nunca vai conseguir explicar o caminho das coisas e tudo que fica muito bom uma hora tende a desandar.

É como se fosse um preconceito com a felicidade.

Procurando respostas,

Santiago.

2 comentários:

  1. Adorei, ficava toda hora pensando como seria o final.

    Beijos
    http://lucidezfeminina.blogspot.com.br

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  2. Bianca perfeita como sempre!

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